segunda-feira, 28 de outubro de 2013

CONGONHAS






Ouço o sino da igreja
que quebra o silêncio
no emaranhado de pedras.

Vejo olhos brilhantes nas frestas,
ouço vozes clamando
sem sossego, sem aconchego,
almas perdidas, sem sono, flutuando.

O sino bate em tom,
lânguido tom
na noite que me envolve em tom.

Piso as pedras onduladas,
subo o morro de capelas
que a lua enceta em sombras,
deparo-me com os vultos,
guardiões do templo,
profetas que não morrem
moldados pelas mãos do artesão,
mãos sem dedos, desejo, paixão.

Texto: Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem de Blog: grupomariacutia.blogspot.com

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