segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O GALO VELHO E O GALO NOVO






Certa manhã o fazendeiro foi até o galinheiro e verificou que as galinhas haviam diminuído a produção de ovos, e pensou: “Esse galo ficou velho. Está na hora de colocar um galo novo no galinheiro e sacrificar o velhote. O danado num tá dando no couro mais.” Pensando assim, selou o cavalo e seguiu até a fazenda do seu compadre que distava a poucas léguas da sua fazenda. Sabia que lá encontraria galos novos.

No final da tarde, voltou carregando um galo novo dentro de um saco. Apeou, abriu o saco onde o novo galo esperneava sufocado e cagando de medo, achando que ia ser a mistura do jantar. Mas, logo percebeu que o seu destino era outro, ao ser jogado no meio de dezenas de galinhas gordas e cacarejando feito loucas ao ver o novo galináceo de penas emplumadas e coloridas pousando na terra após um curto voo.

O galo velho, ao ver o novo morador do galinheiro, entendeu de imediato que ele estava ali para tomar o seu lugar, e pensou: “Que merda! Tô ferrado. Amanhã mesmo viro almoço! Preciso pensar num jeito de me safar desta.”

O Galo novo, com o peito estufado, logo soltou a voz num canto possante para mostrar para as emplumadas que era ele quem mandaria no pedaço a partir daquele dia. As galinhas se arrepiaram e começaram a rodear o novo rei do galinheiro. Emproado, ele levantou a cabeça, deu uma volta para destacar as cores vermelhas e pretas das suas penas; a robustez do seu corpo; e olhou com desdém para velho galo.

Num canto, quieto, o galo velho ruminava um plano para não ir parar na panela. Depois de um tempo, saiu de onde estava, aproximou-se do galo novo e perguntou: “E ai, como vão as coisas?” Orgulhoso e senhor de si, o galo novo respondeu com sarcasmo: “ Bem, velhote, muito bem. Mas, com você as coisas não estão bem. Sou o novo rei do pedaço e, amanhã, você vai pra panela.” O galo velho, em tom conformado e melancólico, respondeu: “É... É a lei da vida. Mas tudo bem. Já que você está tão senhor de si, quero te propor um desafio....” O galo novo interrompeu-o com uma risada e emendou: “Um desafio...hum... Tá bom. Diga lá” O galo velho, sem perder a calma, propôs: “Olha... Vamos apostar uma corrida. Aquele que perder sai do galinheiro.” O galo novo riu sem parar e aceitou o desafio: “Ta feito. Mas você vai passar vergonha. Como vai ser?” O Galo velho olhou para as galinhas, pediu que elas saíssem do meio do galinheiro e respondeu: “ Duas voltas no galinheiro. O que vencer, fica com o reinado. Mas... aqui... Eu to velho. Me dá, pelo menos, uma dianteira de dois metros. O galo novo pensou, calculou o tamanho do galinheiro, olhou o estado de velhice do seu oponente e concordou.

Acertadas as distâncias, galinhas alvoraçadas e nenhuma acreditando que o galo velho pudesse vencer, os dois se posicionaram para a contenda. O Galo velho disse: “Quando eu contar até três, começamos a corrida.” As galinhas iniciaram uma gritaria sem fim e a corrida começou com o galo velho na dianteira.

O fazendeiro, ouvindo a baderna no galinheiro, pensou que tivesse ladrão na fazenda, pegou a espingarda e saiu da casa em louca carreira. Chegando no galinheiro, presenciou a cena inusitada: o galo velho correndo feito louco e o galo novo atrás dele quase o alcançando. Sem hesitar, engatilhou a espingarda, mirou e atirou. Acertou em cheio o galo novo, e exclamou, em tom de desânimo: “O raio do galo era viado! É melhor ficar com um o galo velho e pouco ovo do que um viado com ovo nenhum!


MORAL DA ESTÓRIA: MAIS VALE A EXPERIÊNCIA E A ASTÚCIA DO QUE A FORÇA E A OUSADIA.


Pedro Paulo de Oliveira

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

UM SONHO DE AMOR NO NATAL



Eu queria que neste NATAL e, a partir do ANO NOVO, todos soubessem que a vida nada mais é do que pensamentos esparsos, sonhos espalhados ao vento, metáforas do que parece realidade.

Eu queria que todos os seres humanos se sentissem responsáveis pelo destino do universo.

Eu queria que as pessoas acreditassem na vida como um presente único, onde as forças seguem para um só rumo.

Eu queria poder ver cada ser humano cumprindo a sua parte, respeitando os direitos dos seus semelhantes.

Eu queria ver as pessoas olhando para o mundo sabendo que a existência é efêmera e que a qualquer instante poderemos fazer parte de um mistério que apaga os nossos pensamentos.

Eu queria que a palavra AMOR habitasse todos os corações humanos.

O mundo poderia ser melhor se as almas fossem reais, a paixão não fosse proibida e todos pudessem viver segundo as leis do AMOR.

O mundo poderia ser melhor se as pessoas não roubassem, não se matassem e não precisassem explorar ou humilhar seus semelhantes.

Os seres humanos, como senhores do PLANETA TERRA seriam mais felizes se respeitassem todas as plantas - por mais minúsculas que elas sejam; se respeitassem as águas das fontes, dos córregos, dos rios, dos lagos e dos mares; e se entendessem que a terra e o céu também não são eternos.

Mas eu queria, ainda, que todos os seres humanos lutassem pela vida, vivendo pouco ou não, mas que fizessem dessa luta um ideal a ser cumprido todos os dias.

Enfim, eu queria que as pessoas não mais se unissem para construir grandes impérios para impor suas ideias e subjugar os mais fracos e desafortunados em razão da miséria e da fatalidade.

Eu acredito que muitos também acreditam. É possível realizar esse sonho de amor.





PENSAMENTOS ESPARSOS,

Pedro Paullo – 24 de dezembro de 2.015.

Imagem: G1 Globo.com