quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

UM SONHO DE AMOR

Eu queria que todos soubessem que a vida nada mais é que pensamentos esparsos, sonhos espalhados ao vento, metáforas do que parece realidade.
Eu queria que todas os seres humanos se sentissem responsáveis pelo destino do universo.
Eu queria que as pessoas acreditassem na vida como um presente único, onde as forças seguem para um só rumo.
Eu queria poder ver cada ser humano cumprindo a sua parte, respeitando os direitos dos seus semelhantes.
Eu queria ver as pessoas olhando para o mundo sabendo que a existência é efêmera e que a qualquer instante poderemos fazer parte de um mistério que apaga os nossos pensamentos.
Eu queria que a palavra AMOR habitasse todos os corações humanos.
O mundo poderia ser melhor se as almas fossem reais, a paixão não fosse proibida e todos pudessem viver segundo as leis do AMOR.
O mundo poderia ser melhor se as pessoas não roubassem, não se matassem, não precisassem explorar ou humilhar seus semelhantes.
Os seres humanos, como senhores do PLANETA TERRA seriam mais felizes se respeitassem todas as plantas - por mais minúsculas que elas sejam; se respeitassem as águas das fontes, dos córregos, dos rios, dos lagos e dos mares; e se entendessem que a terra e o céu também não são eternos.
Mas eu queria, ainda, que todos os seres humanos lutassem pela vida, vivendo pouco ou não, mas que fizessem dessa luta um ideal a ser cumprido todos os dias.
Enfim, eu queria que as pessoas não mais se unissem para construir grandes impérios para impor suas idéias e subjugar os mais fracos e desafortunados em razão da miséria e da fatalidade.

Eu queria...Acredito que muitos também o querem. Mas sinto, consternado, que todo esse querer é apenas um sonho de amor.

PENSAMENTOS ESPARSOS, Pedro Paullo - dezembro de 2.009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

EM BRANCO

Ficou no céu o espaço em branco dos meus desejos
Vereda censurável do que foram meus sentimentos (imensuráveis)
E fico olhando afoito o bater das asas da liberdade (saudade)
Seus olhos grandes de desejos desvanecendo, indo(rindo).

HA... simbiose irresoluta do que foi um amor, uma paixão (sexo)
No além das distâncias e decepções fatais e judiciosas
Na sensação de que a perenidade é um sonho desvairado
Dos amantes que se perdem, enlouquecem e morrem.

Ha... bendita fornicação que prevalece auspiciosa
Nos leitos dos amantes!
Maldito aqueles que desprezam o coito arrebatador, animalesco
Pois é para ele que nasceram os seres humanos.

Sinto, sim, saudade - digressão no meu espaço infinito
Em cada cavidade em branco que ficou
Onde nossos gritos ainda ecoam
Vislumbre de gozos incontidos, prolongados, alucinados.

Não me tragam a água cálida quando quero o fogo
Não gosto de olhar o que ficou vago na distância
Quero estar atracado de prazer
Envolvido em braços e abraços

Não sou perene, mas sou filho dos desejos eternos
De todos os gritos de amor e paixão
Sou feito de carne que pulsa no embate do fogo
Que sai das entranhas e só se acalma quando goza.

POESIAS ESPARÇAS, Novembro, 2.009

Pedro Paullo

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

PLENITUDE DO SER




A vida abrolha
num instante perene...
surge o querer,
o poder
da luz cósmica
que almejamos
como redenção.

(Simbiose... Paixão).

E sentir o presente
tão curto, raro, volátil...
o desejo de ser amado (êxtase).
Busca eterna dos seres vivos.

Alguém diz: "o mundo gira!"...
Gira?... Como, se tudo é o todo?
E a luz? Ah... A luz nos engana.
De onde ela emana?
Do todo que não vemos.
A luz, então, é parte do nosso ser.

E a escuridão? (a ausência da luz?)
Não há escuridão. a luz não se ausenta
Nossos olhos é que não podem ver...
Está tudo no seu devido lugar.

E o infinito?
Não existe...
O infinito é tudo que já foi dito.
Existências plenas,
vidas que ficaram - todas...
As humanas,
umas sinceras e amenas...
outras, que apenas passaram.

Ou o mundo existe sem a consciência?
Não. O universo é a conscência plena,
a plenitude do ser.




Pedro Paullo de Oliveira – 22/10/2.009 -

Texto revisado em 06 de janeiro de 2014.

Imagem: violete


quarta-feira, 29 de julho de 2009

ESSÊNCIA

O que seria do poeta sem a dor?
O que seria do artista sem a desilusão?
O que seria da vida sem a paixão?
Paixão que compele os espíritos às maiores loucuras;
Paixão que nos leva a viagens alucinadas, homéricas e utópicas;
Paixão que já explode nos olhos da criança no colo da mãe.

Ah!...sou artista, sou poeta, sou menino;
Sou dançarino, sou herói em busca de uma eterna aventura;
Sou aquele que vê o âmago da vida;
Sou aquele que volta para o ventre da mulher;
sou aquele que se perde no meio do caminho;
E sou aquele que caminha, caminha, caminha e vai...

Olhe para meus olhos e veja a vida que nasce sempre que acordo;
olhe para minha face e descubra a paixão de toda a humanidade;
Olhe para meus gestos e encontre a história do universo;
Pois carrego em meu peito a essência do início e do fim que não chega.

Eu sou a dor, eu sou a paixão, o sorriso...vida


Poesias Esparsas – Pedro Paullo – 2.009

O SEMEADOR DE PALAVRAS

ha, poeta, semeador palavras!
Ser desconcertado e lúdico, sempre procurando espinhos nas flores
Encantado com a sua dor, inebriado de paixão,
Com o olhar sempre nas estrelas,
Como se nas estrelas pudesse embalar seus sonhos,
Sonhos nunca realizados.
E realizá-los seria por demais frustrante...
Pois o poeta vive de sonhos que nunca se realizam.

Nos versos do poeta estão estampados seus amores perdidos,
Seus desejos inefáveis de aventuras mirabolantes,
Um profundo e eterno desabafo das idolatrias infinitas.

O poeta está sempre saudoso do que nunca foi,
Ansioso pelo que está por vir
E na renuncia do real, costura palavras, desenha versos.

No final, o poeta dilacera seu coração,
Seduzido consigo mesmo,
Enganado pela fantasia de um mundo irreal.

Vai, poeta, olhar o mar, as montanhas e a lua;
Escuta os pássaros; sente o vento;
Vai ser herói;
Ama sem ser amado;
Transforma em versos o encanto da vida;
E assenta em folhas brancas a perenidade do amor.

Poesias Esparsas - Pedro Paullo - 2009

FLOR NO ORIENTE

O solo preto de carvão diante dos olhos atônitos da menina
Que, antes, afável, embalava seus sonhos no jardim florido da primavera.
A cortina de fumaça trespassando a alma e sufocando o grito de agonia
Da perda incontida das vidas inocentes.

A solidão é perene com a visão dos corpos mutilados nos destroços de cimento.
A menina caminha devagar, olha tudo à sua volta sem compreender a dor
Que ao longe se faz presente no clamor dos derrotados.

A paisagem se alarga com a vida quase extinta
Na órbita do olhar infantil e aterrorizado
Que pede socorro num brado mudo e desamparado

Na ingenuidade olha onde dantes era o jardim
E os folguedos se avivam na neblina poeirenta
Que envolve os soldados que vasculham o nada.

No solo chamuscado uma flor teima ainda viva,
Arrebatada pela pólvora e largada ao acaso pelo descaso de quem não a viu.
A menina se ajoelha e pega a flor ao lado de um corpo sem vida
E o soldado, de pé, no meio da neblina, olha assustado,
Vira-se, atira.
A pequena menina segura a flor e o soldado, agora, vê seus olhos brilhando
Num último lampejo de luz e doçura.

Poesias Esparsas – Pedro Paullo – 2.009

segunda-feira, 20 de julho de 2009

ETERNO MAR

AMOR ETERNO


Sonhei com você olhando o mar,
Sonhei com você, minha amada, no acalento das ondas
E no sussurrar da água na areia

Vi seus olhos de mulher apaixonada no azul do mar,
Senti seus carinhos no roçar da água na minha pele,
Vi sua imagem refletida nas águas do cais.

Quis mergulhar para sentir seus abraços,
Desejei ser água para diluir-me no seu corpo,
Aspirei a leveza da pluma para flutuar sobre sua nudez.

Olhei os barcos e quis ser marinheiro
Para levá-la para bem distante, para o alto mar
E só nos dois na imensidão nos amarmos.

Seu corpo nu flutuando sobre a água, leve, translúcido.
Meus olhos irradiando o brilho do homem apaixonado
Vendo a noite se aproximar e as luzes do cais se acederem.

As luzes formam formas na água e me trazem sonhos,
Sonhos que nasceram na adolescência e jamais morreram.
Daquele dia em que vi seus olhos pela primeira vez,
Desejei-a sob o céu,
E toquei seu corpo nu e ardente.

Agora, temos o mar como cúmplice
Nos encontros que se eternizam,
Nos desejos que nunca terminam
Na paixão que atravessou o tempo.

AMOR ETERNO

AMOR ETERNO


Sonhei com você olhando o mar,
Sonhei com você, minha amada, no acalento das ondas
E no sussurrar da água na areia

Vi seus olhos de mulher apaixonada no azul do mar,
Senti seus carinhos no roçar da água na minha pele,
Vi sua imagem refletida nas águas do cais.

Quis mergulhar para sentir seus abraços,
Desejei ser água para diluir-me no seu corpo,
Aspirei a leveza da pluma para flutuar sobre sua nudez.

Olhei os barcos e quis ser marinheiro
Para levá-la para bem distante, para o alto mar
E só nos dois na imensidão nos amarmos.

Seu corpo nu flutuando sobre a água, leve, translúcido.
Meus olhos irradiando o brilho do homem apaixonado
Vendo a noite se aproximar e as luzes do cais se acederem.

As luzes formam formas na água e me trazem sonhos,
Sonhos que nasceram na adolescência e jamais morreram.
Daquele dia em que vi seus olhos pela primeira vez,
Desejei-a sob o céu,
E toquei seu corpo nu e ardente.

Agora, temos o mar como cúmplice
Nos encontros que se eternizam,
Nos desejos que nunca terminam
Na paixão que atravessou o tempo.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

PEQUENOS ENSINAMENTOS DE AMOR.

“Um garoto olhava o céu de outono diante do mar e ao lado do seu pai. Estrelas, constelações, a Via Láctea: um emaranhado perfeito e extraordinário. Inesperadamente, uma estrela cadente formou um risco de luz no firmamento e o garoto, deslumbrado, olhou aquela cena, e depois que a luz daquela estrela se dissipou ele ainda estava pasmo e com o olhar fixo no cosmo. Após algum tempo ele se voltou para ao pai e indagou-lhe: “pai, porque aquela estrela deixou o seu lugar e desapareceu do céu. Seu pai, que era um sábio, olhou-o com carinho e respondeu-lhe, com um sorriso: “A estrela não desapareceu do céu, meu filho. Ela cumpriu seu papel no cosmo, mas ela não morreu, diluiu-se e espalhou-se em todas as direções para servir de fonte para novas vidas, novas estrelas. ”.

“O sol se pôs no horizonte, deixando atrás de si um rastro de luz e cor, como um quadro pintado por um artista único e divino. Era o dia que adormecia, descansava de irradiar luz. Mas o dia estava mesmo terminado? Não. O dia não termina jamais: ele está presente noutro lugar qualquer da terra. Assim, somos nós, viajantes: passamos, irradiamos luz aqui em tantos outros lugares e, num determinado tempo, parecemos adormecer e, contudo, estaremos noutra dimensão, criando novas vidas, iluminando novas plagas. ”

“Perguntaram ao sábio: “Mestre, a vida continua após a morte”? O sábio olhou as montanhas atrás de si, o céu que se abria imensamente azul e o mar que se descortinava à frente dele e dos discípulos, e respondeu: “Meus queridos, somos filhos da criação, de um único momento em que foi concebido o universo, e o amor nasceu para eternizar a vida. Assim, é pelo amor que seremos eternos. Amem e não morrerão, serão eternizados pelas obras do amor que distribuírem aos seus semelhantes, às montanhas, ao céu e a todas as águas da terra”.