quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

LEMBRANÇAS DA ALCOVA




Por que te fostes e tantas eram,
deixando cálidas lembranças,
imagens que não se apagam,
insônia e delírios?

Suas sombras me olham,
caminham ao meu lado,
flutuando sem asas...
sombras de imagens cândidas,
de curvas vadias,
de bocas em fogo
queimando meu corpo.

Não quero a sombra,
que sombras assombram,
é pura solidão,
certeza das partidas,
no vazio das minhas mãos,
no transcurso do meu tempo
que se arrasta em procuras
por becos e bordéis,
em bocas e pernas abertas...

São vidas partidas, perdidas
em gozos e nojos,
em gritos e silêncios,
longes do perdão.

No final, ilusão...


Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: Adamastor

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