O NOVO, O INUSITADO, A VIDA, A ESTRADA QUE SEGUE E NÃO TERMINA, EMBORA NO MEIO DO CAMINHO MEU TÚMULO FRIO E SERENO, GUARDARÁ MEUS OSSOS E MEU PÓ.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
CORPO EM DECOMPOSIÇÃO.
Agora, te moves lentamente,
não podes mais te acanalhar,
perseguir, humilhar, roubar...
A solidão te apavoras,
o silências te devoras
como uma serpente
lentamente.
Roubar era teu lema:
roubastes a alma alheia
em cada parte da tua vida,
em cada casa que dissestes tua,
em cada pedaço de terra que possuístes.
Cheiras mal, o fedor da amônia,
o odor maldito dos dejetos.
Não podes mais gritar,
nem correr.... Correr?
Sim. Os passos te faltam. O tempo os roubou.
O tempo é a ave de rapina
sobre o resto da tua carcaça
que se arrasta para o túmulo
onde ficarão teus ossos.
Te pareces com os vermes,
que causam asco,
arrastando-te no meio do lodo.
Tuas mãos tateiam os restos,
não alcançam, suplicam... Em vão.
Só te restas migalhas, solidão.
Texto de Pedro Paulo de Oliveira
Imagem: Noturno
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