sexta-feira, 29 de novembro de 2013

SONHOS DE MENINO




Quero a neve a congelar meu tempo
os flocos descendo, dançando em noites,
bailarinas flutuando...
A paisagem estática da água congelada
simbiose da vida diante dos meus olhos...

Meus olhos, meu sentido, olhando através do vidro
mundo adormecido, entumescido, gelado
buscando imagens no branco do gelo
do outro lado do morro
atras do muro
onde mora o menino
que não morre de jeito nenhum...

Vem inverno
vem nevasca
cobre tudo
guarda os sonhos
do menino atrás da vidraça.

Sonhos são assim
iguaizinhos
os meus guardo-os debaixo da neve
branca neve, congelados para não morrerem.

Texto: Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: kibong.com.br

O SINO




Ouço o sino
lânguido badalar
de horas e demoras
do tempo de contrição
daquela gente piedosa.

O sino anuncia a missa
chama para o enterro
repica para a festa...

As ruas e ladeiras
ecoam o sino
a gente sem pressa
subindo pelas pedras
de tantas pegadas
alisadas pelos séculos.

Sino bate... vem
rezar
sino bate... tem
missa
o sino rebate... para quem?
para o padre paramentado.

O sino silenciou
guardado em pedrarias
a gente rezou
junto, em romaria.

A cidade no morro
guarda pedras
e musgos
O sino guarda
os segredos
e anuncia:
"Deus não dorme,
não dorme, não dorme, não dorme...
Deus é para os vivos".

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.
Direitos reservados

Imagem: LUZDEGAIA

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

PENÚLTIMA PALAVRA





O Espaço?
– A vida
Ida
Sem traço.

O amor?
– Seu preço:
Desprezo
E dor.

O sonho?
– Infindo,
É lindo
(Suponho).

Que vou
Fazer
Do ser
Que sou?

Isto,
Aquilo,
Aqui,
Ali.

LAFORGUE, Jules( 1860 - 1887), In: ABC da literatura/ Ezra Pound. Org. e apresentação da ed. brasileira por Augusto de Campos; tradução de Augusto de Campos e José Paulo Paes. São Paulo, CUTRIX, 2006. p. 218.

Leia mais poemas de Jules Laforgue aqui: http://www.erratica.com.br/opus/100/


Texto publicado por Carmem Silvia Presotto na página do Facebook Vidráguas



DESPERTARES

Sonhou paz e amor, teve dor e ásperas esperas.
Buscou a felicidade, aspirou espinhos e fugas étereas.
Pisou fundo, cicatrizou suas entranhas.

Compassou-se no mundo…
desnudou-se das vestes.

Vestiu-se com carne…
sangrou.

Gerou vida, homens e mulheres…
despertou.

Encaixou pesadelos e pedestais…
caiu da Deusa mulher.

Carmen Silvia Presotto - Vidráguas, em Coletânea da Associação Artística e Literária: “A Palavra do Século XXI", Cruz Alta, 2009. p. 24.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

CORPOS, DELÍRIO, ÊXTASE




Por trás do teu ombro
vejo os montes trêmulos
por onde vicejam ramos
e escorre a água do mar...
Púlpito que se eleva
formando o caminho
por onde minha mãos
deslisam contritas
quase perdidas...

Sinto o abraço
o laço que me prende
o gemido sem dor
o púlpito se abrindo
meus olhos embaçados
meu grito mudo
instinto puro
entro, fecho os olhos
quero a escuridão
sem pensamentos
sem perdão.

Sinto o cheiro, o gosto do sal
o hálito envolvendo meu pescoço
dois bálsamo macios sobre meu peito...
É o instante, meu ser se esgarça
abro os olhos
vejo dois olhos
arregalados e uma boca sorrindo

Texto: Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: sites.google.com/site/jocelinjoseart/nu-artistico-casal

ORIGEM




Sois o fruto
de um desejo
por vezes fortuito
lampejo...

Filho da terra
pisarás a pedra
verás a guerra
crescerás...
germinarás...

Sois a origem
broto do útero
líquido vermelho...
filho amado.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: Graffite.

À SOMBRA DA LUA




Surpreendente e assustador:

“Mas não é só de terror que se trata o livro. (...) Conhecemos cada sentimento, cada dor e, principalmente, cada mágoa e arrependimento que os quase 300 habitantes de Vila Socorro carregam dentro de seus corações. E esse é o ingrediente principal, que dá vida a história.

Quase podemos sentir como se tudo aquilo fosse real. Mas não é, acredite, eu procurei no google.” (Nicole Bleidorn/Bookeando)

O blog Bookeando leu “À Sombra da Lua”. Confira a resenha na íntegra: http://bit.ly/17PR1Dk

sábado, 23 de novembro de 2013

SEU OLHAR, MINHA VIDA




Revejo seus olhos
pequenos radiantes de luz
verdes como o mar que você nunca viu
matizes de vidas de sonhos
iluminando meus passos
seguindo-me.

Seu sorriso seus olhos
brilhos coloridos
sons de tango e bolero
passos vistos
no olhar de vida.

Seus olhos
viram a vida... plena
brotando do seu corpo
era eu
outros tantos
ficou olhando
com medo
risonha
com lágrimas
gravando...

Depois, seu olhar
seguindo os passos
passos trôpegos
indecisos
banindo o medo
mostrando o caminho
vigiando...


Não se esqueceu
novamente admirou
o tempo se foi
em contemplação
até que se esqueceu
não avistava
sentou-se
não mais se levantou
olhando o passado
num abismo colorido
revendo as crias
com os pequeninos
verdinhos e brilhantes olhos.

Seus olhos se fecharam
cansados
guardados sob as pálpebras
o brilho ficou
na memória
na luz de cada dia
atrás das nuvens
sobre as montanhas
verdinhos como esmeraldas.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.
Imagem: Fantasy

Para minha mãe, transformada pelo Mal de Alzheimer e que manteve, até o último instante, o brilho nos olhos.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O TEMPO, O VENTO




Caminho,presenças, sorrisos
presente, o futuro que não há
pensamento que se eterniza
palavras.

Mãos entrelaçadas
vidas amordaçadas
presas pelo medo
palavras impressas
soltas no ar
ser querer
sentir
escrever
a esperança
o vento
o tempo
o templo
você.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.
Imagem: Saturno.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

DESENCANTO




Passos repassos
compassos
vidas sobre pedras
quedas
desejos insanos
profanos
humanos...

Cidades vaidades
nas esquinas
meninas
meninos feitos
meninas
olhares perdidos
vividos
vidas amordaçadas
caladas
veleidades encanto
pranto...

Becos escuros
sussurros
paredes falam
calam
imprimem
reprimem
abre-se entranhas
estranhas
carinhos fugidios
esguios...

O beijo?
não tem desejo
só o lampejo.

e no canto
ficou o pranto
desencanto
na pedra a ferida
sentida
na vida perdida.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: rotunda.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013




ESSÊNCIA... ETERNA?

Não há poesia sem dor
artista sem desilusão
vida sem paixão
paixão e loucura
viagens alucinadas,
desejos homéricos,
anseios utópicos
nos olhos da criança
nos seios da mãe.

Artista... Poeta
Menino, menina
Dançarinos...

Herói em busca de aventura
vê o âmago da vida
retorna ao ventre
viajante perdido
caminhante sem parada...

Nos seus olhos
a vida
na sua face
a paixão
nos seus gestos
a história.

a essência de tudo
pulsando no peito
início de um fim
fim que não vem

dor
paixão
sorriso...
vida.


Poesias Esparsas – Pedro Paullo – 2.009

Foto: Augusto Cabral – Capela do Espírito Santo – São Vicente de Minas - MG

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O ESCRITOR





Cá estou eu preso no tempo e no espaço, envolto pelos meus fantasmas, um pouco sossegado e, às vezes, melancólico. No fundo, sozinho, carrego meus traumas e são eles os meus fantasmas. Por isso, tornei-me um ermitão. Mas, nunca estou sozinho e posso provar isso ao longo do pouco que tenho para expor meus pensamentos neste instante.

Não faz muito tempo que construí esta minha cabana. Desenhei-a, primeiro, em meus pensamentos e ela foi se erguendo, madeira sobre madeira, madeira ao lado de madeira. Foi até fácil. A paisagem que escolhi, já estava, há tempos, guardada em meu âmago e bastou-me fechar os olhos para encontrar as montanhas verdes e úmidas que pareciam inatingíveis olhadas de longe, azuladas.

Encravei os troncos na terra úmida e logo a cabana estava de pé. Uma construção tosca, quente no inverno e amena no verão. O dormitório, a sala, o escritório e a cozinha formavam um único aposento, cheio de luz e cores. Só o banheiro foi construído separado, espaçoso e bem iluminado, com uma banheira próxima da janela. Nunca gostei de banheiros pequenos. Em volta da casa, construí um jardim; mais ao fundo, um pomar; na frente, deixei as árvores nativas. Minha cabana passou a fazer parte da paisagem.

Francisca, esposa de um lavrador da região, mulher simples, de poucas palavras e muita sabedoria, todos os dias caminha durante uma hora, cuida das minhas refeições, da arrumação da casa, das minhas roupas e, logo depois do meio-dia, despede-se e vai embora.

Levanto cedo, gosto do inverno. A natureza adormecida obriga-me a escrever mais e passo o dia sobre a escrivaninha, ao lado da janela e, de vez em quando, levanto os olhos na direção da paisagem. Durante a noite, aqueço-me diante da lareira lendo Graciliano Ramos ou Gabriel Garcia Marques. 

Quando vem a primavera, tudo muda, o mundo à minha volta se transforma. Deixo um pouco o casulo e vou cuidar das plantas. É quando eu a espero. Sei que ela não virá; está além dos meus braços; e dos meus olhos. Mesmo assim eu a espero e sempre vou espera-la, imaginando que, quando ela chegar, o seu perfume vai se confundir com a fragrância das flores e invadir tudo, tomar conta da minha vida e do mundo. Eu estarei adormecido, ela chegará com um vestido longo e transparente. É como eu gosto de vê-la chegando, provocante, sensual. Abrirei os olhos e verei seu corpo sob o tecido, cortado pela luz do sol da manhã. Tomaremos café juntos e ela me falará das suas viagens, das suas alegrias e das suas tristezas. Depois, suavemente, ela deixará seu corpo pender sobre o meu e, com ardor e paixão, se entregará por inteira aos meus desejos.

Mas, ela se vai, como não veio... É apenas uma miragem, daquelas que vislumbramos no meio do deserto, morrendo de sede. Mesmo assim, gosto da primavera, do cheiro que ela trás, das cores que mudam lentamente, do orvalho que escorre por todos os lados e das primeiras chuvas, batendo no telhado, balançando os galhos desfolhados, formando pequenas poças.

No verão faço longas caminhadas e recomponho-me nas águas do lago, por longas horas, completamente nu. Quando vem o outono, algo novo me contagia: meu ser se prepara para uma espécie de hibernação. Volto a escrever freneticamente e, nas vezes que saio, junto madeira para o inverno – fico meio parecido com as formigas. - e caminho sobre as folhas secas. A chuva, que no verão me manteve tantas vezes dentro de casa, está longe, caindo em outras plagas, regando outras plantas, acordando outras vidas.

Pressinto que logo voltará o inverno e terei, talvez, terminado mais um livro. Não sei se o mundo vai aprecia-lo. Espero que sim, pois é o que melhor sei fazer, é o que melhor posso deixar para a posteridade. Vivo com os meus personagens. Eles são gerados e vivem à minha volta, riem, choram, amam, matam, violentam; são pobres, ricos, formam exércitos; e são mortais, tal como eu. Essa é a minha vida, essa é a minha sina... Eu sou o escritor.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: superdowload

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

DESVELO DE UM ADEUS





Quisera eu que não te fosses
entremeado pela multidão inquieta...

Era apenas uma tarde,
de um dia qualquer de verão,
o trem vindo, apitando sobre os trilhos,
as pedras alisadas sob nossos pés
e o sino de bronze da estação.

Lembro-me da janela de madeira cor de vinho
com as suas bandeiras abertas olhando as almas
de tantas vidas passadas em idas e voltas.
Ouço o soluço das despedidas e o gemido da chegada
misturados ao ruido das rodas de ferro arrancando fogo
sobre pedras e madeiras.

O sol se dividia sobre os telhados
criando sombras, imagens fugidias,
seus olhos me olhavam,
seus dedos tateavam o espaço vago,
indecisos, ainda meninos, ainda carentes.

Quisera que ficasses para sempre
acalentando meus sonhos,
preso em meus abraços.

O apito corta o ar, ecoa, retine nos ouvidos.
Última chamada para a despedida,
acalento seu abraço e me afasto.
o trem se move no atrito sobre o ferro,
a janela nos separa,
distancia seus olhos dos meus olhos,
o vagão vai, arrastado pelo trem,
vai subir a montanha,
vai buscar o mar.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: realmazen

sábado, 2 de novembro de 2013

O MATADOR DE SONHOS - PARA ISABELA


Para Isabela Pavani Castilho, 18 anos, que foi baleada na cabeça na rodovia Presidente Dutra, em Guarulhos (SP), na noite de terça-feira (29), e que morreu na madrugada deste sábado. Seus órgãos foram doados para que outros sonhos possam continuar vivos





Meus olhos espreitam...

Quero roubar o sonho,
Quero arrancar o sorriso
Quero levar a vida.

Eu não sonho,
Eu não tenho vida,
Miserável que sou
Nas entranhas das trevas
Que me consome,
que me leva.
Eu bebo, eu cheiro
Eu sorvo,
Eu roubo.

Minha alma se perdeu,
não tenho piedade,
não sou filho, não sou pai...
meus irmão se foram...
Esqueci do amor,
perdi o perdão.

Sou o atroz...
Covarde desgraçado!...
Minhas palavras são poucas

Consumidas pelo ópio.
Meu olhar não gosta do seu olhar.
Não me olhe!
Sou o seu juiz
Sou o seu carrasco.

Por quê?
Não me pergunte.
Aprendi a matar,
Sou o espírito das trevas,
Seu desassossego,
Seu terror,
Seu cadafalso,
Sua pena de morte.

Quero matar seu sonho,
Por que não posso sonhar;
Quero sua vida,
Por que não tenho vida.

Hoje, vou caçar
Destroçado pela alucinação...
Pego a estrada,
Escolho a vítima,
Quero tudo que ela tem...
A vítima?...

Não merece viver.
Escuto suas súplicas...
Que idiota!
Eu sou o senhor da vida.

É uma donzela
Seus olhos brilham,
Ela é bonita,
Ela tem sonhos...
Mas seus sonhos não são meus,
Ela me olha nos olhos,
Não gosto, sou escória.
Decido se ela vai viver.

Tenho o poder nas mãos,
Sinto-me excitado...
Comprimo meus dedos,
Escuto a explosão...
A donzela ainda me olha,
Ela chora.
Lágrimas no brilho do olhar que se apaga.

Eu sou o mal encarnado,
a sua desventura...
não cruze o meu caminho,
Não me olhe,
Eu não gosto do seu olhar,
se cruzar o meu caminho
eu levo a sua vida,
eu mato os seus sonhos.


COMENTÁRIOS:

Após ponderar sobre tantas tragédias e tomar conhecimento da morte de Isabela, de forma brutal e covarde, tentei, como escritor, transcrever o que sente um assassino mordaz, cruel e implacável diante das vítimas indefesas. Quero, com isso, mostrar para o mundo, do outro lado, do lado do carrasco, que todas essas mortes foram praticadas de forma covarde e que alguma coisa tem que ser feita para mudar a situação de horror que a nossa sociedade está vivendo. Talvez, com um olhar mais profundo sobre os sentimentos desses algozes, as autoridades possam mudar essa realidade brutal e sanguinária vivida pela maioria dos brasileiros.


Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: R7

NO FIM, O ÊXTASE




Parece que tudo já foi dito,
poucos sabem alguma coisa.
muitos têm algo a dizer
poucos dizem alguma coisa

Muitas imagens, muitos desejos
quase nenhuma verdade
Muita procura
Poucos encontros

Toques, retoques
no sibilar das vozes,
no extremo das volições,
nos achados e perdidos
de noites mal dormidas,
Achaques expressos
nos olhares esguios,
promessas esvaídas
nas almas caídas,
nas penumbras vividas.

No fim, enfim...
Nada a dizer.
O que restou? O clamor...

Sentidos abertos... instintos,
pernas abertas...Absinto.
Torpor... Mentira do amor.

Pedro Paulo de Oliveira.

www.escritoresnovos.blogspot.com.

Imagem: portodefatima

DEPOIS, A CASA.





Ato, desato, vivo,
escrevo a ata,
atos em lírios
nos meus olhos,
puros delírios
no côncavo convexo
da minha mão,
do meu plexo,
cansaço do sexo,
momento sem nexo.

Brilho dos bugalhos,
ponte estreita,
travessia de retalhos,
olhos à espreita,
os lírios abertos
escondem desejos
dantes cobertos
por nuvens e lampejos.

Depois da ponte
tem a casa aberta
onde jorra a fonte
da vida incerta.

Atravessar o rio,
para trás a solidão,
noite e frio,
a densa serração,
a casa espera,
lume...
vida... Você está lá...
foi-se a quimera...
Vida... Olhos que espreitam...
Você voltou...
O mundo mudou...

A vida não para,
mas tem a ponte,
o colo que ampara
tem a casa, o calor
tem a fonte...
Tem o amor.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: wallpapers

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

JANELA DA VIDA





Ouço o sussurro das vozes
que me restaram como dádivas
no parapeito da sala
na paisagem eterna...

Não me causa espanto
o cheiro das rosas
que vem do canto
do jardim molhado
bem ali do lado
da janela acortinada
de cetim branco rendado...

Você vem sempre, teimosa,
imagem tão nítida,
não é uma só,
são tantas, de tantos amores,
desejos fugidios,
encontros, despedidas.

Meu cérebro é um álbum
de fotos e filmes,
folheio sem parar
e assisto pela tela
que se abre para o mundo
no espaço da janela,
do eu mais profundo.

Este é o lugar onde estou,
tenho a janela e a avenida
caminho do restou
do tudo, da minha vida,
vida de um tempo,
vida vivida, vida metida,
vida dividida,
a minha vida.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: Busca no Google.