Poeta, na canga um monte de ossos,
ossos em um saco:
seus ossos,
os ossos dos outros.
O poeta carrega a morte,
morte na qual não crê
e carrega mortos...
cheiro de madeira velha,
apodrecida, carunchada.
O poeta tem cheiro de passado,
de paixões perdidas
e amores esquecidos...
Depois, escreve
sem saber a razão
disseca o que resta - escreve - sua alma.
Texto de Pedro Paulo de Oliveira.
Imagem: Paul Montjoy
Nenhum comentário:
Postar um comentário