sexta-feira, 6 de junho de 2014

CARREGADOR DE OSSOS, O POETA.



Poeta, na canga um monte de ossos,
ossos em um saco:
seus ossos,
os ossos dos outros.

O poeta carrega a morte,
morte na qual não crê
e carrega mortos...
cheiro de madeira velha,
apodrecida, carunchada.

O poeta tem cheiro de passado,
de paixões perdidas
e amores esquecidos...

Depois, escreve
sem saber a razão
disseca o que resta - escreve - sua alma.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: Paul Montjoy

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