segunda-feira, 28 de abril de 2014

DOIS CORPOS


Eu vi seus olhos 
em noite de lua
a imagem porvir...

Seus olhos
transcendendo a luz.

O som dos passos
e do meu coração
os mesmos sons
cadenciados
de emoção.

O vento vindo
cheiro presente
corpo ardente
imagem se despindo..

A lua olhando
sem pudor
dois se entregando
ao puro amor.

Não é mais gente
é animal ardente
somente a gemer
gritando de prazer...

A luz iluminando
dois se etregando
um beijo imundo
um gozo profundo.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: substantivoplural

PARA SEMPRE


Meus desejos,
minha alma,
um instante
perene.

Minhas vidas
amores...
verdades
um caminho.

Outras vidas,
boas vidas,
vidas más 
vidas sem sentido.

Sinto meus passos
rastros na terra
marcas nas pedras
desenhos no ar
de caminhante só
de cansaço que chega
no mio do caminho
que não acaba nunca
pois sempre volto
atrás do perdido
do que ficou
de quem se foi.

e meus sonhos chegam
sempre no compasso
do final do dia
junto do cansaço...

Sempre quero ir embora
que a vida é seguir em frente
que atrás vem gente...

e meus olhos olham a igreja,
olham a cidade, olham as pessoas,
olham os campos e a estrada 
que se fecha na distância
e vou indo, vou seguindo, 
parar não posso.

Texto de autoria: Pedro Paulo de Oliveira.


quinta-feira, 10 de abril de 2014

O ABRAÇO

O abraço quase inerte
na pedra, na argila,
no galho entrelaçado...
É o abraço que se vê
de dois corpos em êxtase...

Abraço que se faz na vida
que nasce e renasce,
nos braços que enlaçam
quando a morte se faz presente
e na saudade que vai nascendo
mesmo antes da despedida,
muito antes da partida.

O ABRAÇO DA TERRA
QUE COBRE O COBRE E COBRE O CORPO,
GUARDA A SEMENTE
E DEIXA BROTAR A VIDA...

E mesmo depois,
no tronco caído sem raiz,
o abraço do lodo
que faz brotar a flor
de outros braços,
de outras vidas.

O abraço é assim:
para juntar os corpos,
juntar a vida,
matar saudade,
fazer amor.

Abraço de verdade:
de criança -
brilho nos olhos -
na tenra idade,
abraço sincero
(necessidade)
de amor
de verdade.

Enfim, abraço não se vende,
não se dá,
é natural, acontece
para quem dele apetece.



Texto e foto de de Pedro de Pedro Paulo de Oliveira