sábado, 31 de agosto de 2013

REENCARNAÇÃO




Dormir, dormir, um sono profundo...
Quem sabe o sono dos justos,
Dormir e, depois, acordar,
Pois que o sono indelével vem
Sobre o corpo cansado e desnudo
Guardando-o em pupa sob a terra,
Corpo em preparação
Para a metamorfose da vida,
Mimetismo intermitente
De tantos e eternos renascimentos.


Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: Busca no Google.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013




Pequenos anjos dormindo
Um sono profundo,
Não vão mais acordar sorrindo
Para os seus folguedos...
Foram vítimas da covardia do mundo
De Bashar al-Assad,
O ditador cruel.

E agora, meu Deus, será que tem céu,
Para esses anjinhos voarem?
Não o céu dos meus olhos,
Mas o céu dos corações dos pequeninos,
Dos sonhos das crianças, das crianças mortas,
Covardemente na Síria.

Nas faces pequeninas não existe ódio,
Não está estampado o rancor,
Pois são inocentes vitimas,
São apenas crianças,
Pedindo por amor.

Está chovendo na Síria
Sobre os ombros e corações do seu povo
São as lágrimas dos pequenos anjos
Pelos órfãos, pais e mães, que ficaram.
Livra, oh Deus de todas as religiões,
A terra desse homem mau,
Leva ele pra longe dos corações
Das crianças inocentes, dos anjos da terra.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira
Imagem: Google.


segunda-feira, 19 de agosto de 2013



VIDA E MORTE

Pedras...rios rolando,
Levando a vida d'onde nasce a dor
Dum solfejo murmúrio carente e pecaminoso,
Desterrado lamento do que não pode mais ser,
Mas que foi, contundente, apaixonado
Morrer diante do sonho que acabou.

A água sussurra, murmura, cria o lodo
E amaldiçoas o seu viver
Capenga, sem viço, arrastado, levado...
Ah! Desgraça, solidão de muitos anos
Que entorta, entorpece e cria o silêncio
Dos olhos que fitam o horizonte
lentamente se apagando, adormecendo,
Fechando suas pálpebras.

Enfim, não importa mais a vida ou a morte,
Doce fim de quem muito já viveu,
Não importa mais acordar...
Resta, apenas, o infinito momento
do tempo reverso, das horas que acabam.

Texto: Pedro Paulo de Oliveira.
Todos os direitos reservados

IMAGEM: GOOGLE


sábado, 10 de agosto de 2013

SER PAI




Nas entrelinhas, entre caminhos e variantes
persiste a sutil leveza da existência.
A sutil missão de procriar,
Plantar no útero da mulher a semente da vida,
sem a qual nada será ou poderá.

Então, serás pai, procriador do ser humano,
Um pai brasileiro, abastado ou não,
Não importa onde estejas, serás pai!
Pai preto! Sim. Pai branco! O que importa?
Importa é que sejas pai:

Pai nosso sobre a terra, é onde deves estar
Honrado seja o teu nome,
Tem que ter honra para ser pai,
venha até nós a tua proteção,
Seja feita a tua vontade para o bem dos teus filhos.
O alimento e a honra nos dê sempre,
Perdoa nossos erros,
Para que aprendamos a perdoar também,
Segura nossas mãos,
Para que não caiamos em vícios,
E livra-nos dos homens maus.

"Assim seja" para sempre a missão de ser pai.


Texto de Pedro Paulo de Oliveira.
Todos os direitos autorais reservados
Permitida a reprodução, desde que seja citada a fonte.
Imagem - Google.

sábado, 3 de agosto de 2013

O MUSGO



O musgo cresceu no tronco apodrecido
no quintal úmido e silencioso,
No pedaço de balanço esquecido
subiu rasteiro, silente, vigoroso.

O musgo cobriu os sonhos,
As risadas, os folguedos,
O vento batendo nos cabelos,
No vai e vem do brinquedo.

O musgo é verde, tem cheiro de mato,
Abraça a madeira, agasalha as lembranças
Dos beijos e dos abraços,
Das vidas e das esperanças...

Contínuo renascer rastejante
Da árvore formosa, orgulhosa
Húmus frio e pungente
Da terra, filha vaidosa.

Renasce o tronco que alimenta,
Guardião incólume das existências,
É o túmulo que ostenta
lúgubres e eternas vivências.

O tronco não morre, se transforma,
Musgo obstinado,
Faminto, enredado como a vida,
Fardel de ilusões
E efêmeras paixões.

Pedro Paulo de Oliveira.
Direitos autorais.

Foto: infoescola.com