quarta-feira, 26 de novembro de 2014

FEDERICO GARCIA LORGA, UM SÍMBOLO DA LUTA CONTRA A HOMOFOBIA NO MUNDO.


Federico Garcia Lorca era espanhol. Nasceu em Granada no dia 05 de junho de 1898, e foi covardemente assassinado nos arredores da sua terra natal no dia 19 de agosto de 1936, pelos "Nacionalistas".

Federico estudou direito na Universidade de Granada. Contudo, sua vocação era a poesia e a dramaturgia. Em 1918 publicou seu primeiro livro intitulado "Impressões e Paisagens". Sentindo que precisava alargar seus horizontes, mudou-se, no ano seguinte, para Madri, onde permaneceu até 1928. Nesse período, fez amizade com Salvador Dali e outros artistas famosos da Espanha e do mundo. Escreveu, nessa mesma época, sua peça "O Sortilégio da Mariposa", momento em que deixou claro para o mundo a sua condição de homossexual.

Em pouco tempo, Garcia Lorca, como já era chamado, passou a ser conhecido e respeitado como um dos maiores escritores modernos do mundo e o mais importante escritor da língua espanhola - o artista que representava a “Alma da Andaluzia”.

Federico não gostava dos fascistas e muito menos dos franquistas. Deixou essa sua aversão clara para os amigos. Por isso, se identificou muito com as camadas excluídas da população espanhola da época. A sociedade Andaluza daquele tempo era retrógrada e conservadora, onde imigrantes, como judeus, mouros e ciganos, eram discriminados e perseguidos.

Em 1929 decidiu se mudar para os Estados Unidos, tempo em que se manteve afastado de novas publicações literárias. No entanto, sentindo-se órfão longe da sua terra, voltou em 1931. Nesse tempo, criou e dirigiu a Companhia de Teatro La Barca e escreveu "Bodas de Sangue", baseado em fatos reais sobre camponeses, uma obra que fala de amor, paixão, ciúme e termina em tragédia. Seguindo uma trajetória de produção fervilhante, ele escreveu "Yerma" (1934) e "A Casa de Bernardo" e "Alba" (1936), que foram publicadas em vários países.

Por volta do ano de 1935, Federico Garcia Lorca já era famoso no mundo inteiro pelo conjunto da sua obra e pela sua extrema sensibilidade e capacidade artística.

Na época da sua prisão começava a Guerra Civil Espanhola e Federico, então com 38 anos, havia demonstrado posição a favor da República. Contudo, nunca se expressou como um comunista. Suas convicções eram socialistas, o que era bem diferente de ser comunista naquele tempo, baseado nos regimes que se impunham pelo mundo seguindo os parâmetros da Revolução Soviética. Mesmo assim, ele foi preso por um deputado (omito seu nome propositalmente) católico, radical de direita, que justificou sua prisão sob a alegação de que ele era "mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver." Foi um choque para Federico, um artista avesso à violência. No entanto, uma das razões que o levou a ser preso pelos radicais de direita, foi a sua condição homossexual.

Federico Garcia Lorca foi sumariamente fuzilado com um tiro na cabeça. Sua morte causou espanto no mundo inteiro e os protestos se espalharam não só pela Espanha, mas por todo o mundo. Um artista, no auge da sua produção literária, acabava de ser assassinado em nome do radicalismo “religioso e político”. Os homens que se diziam nacionalistas espanhóis mataram um dos maiores poetas e dramaturgos do séc. XX.

Texto de autoria de Pedro Paulo de Oliveira

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