O som do
balanço, da rede, da brisa, das folhas secas, tudo sobre o piso de madeira da
varanda. As vozes vinham de longe com o vento, misturadas aos latidos dos cães
chegando das suas vadiagens. À tardinha,
as folhas secas do outono chiavam sobre o assoalho áspero abafando o trote dos
cavalos chegando com os seus donos.
---- Eia, que chegam os homens
com muita fome – gritava João Gualberto ainda sobre a montaria e de frente com
a varanda.
As
crianças gritavam eufóricas, com brilho nos olhos, dourados pelo sol que se
punha atrás das serras. Misturavam-se com os cachorros suados e banzeiros. O
dia estava terminando e, na verdade, começava a euforia, os momentos de
confraternização e de prosas alongadas
.
Pouco
se falava de Aiuruoca por aqueles tempos. O gado e as mulas tomavam as
preocupações de João que imaginava expandir seus negócios lá pelas bandas do Rio
de Janeiro, pelas voltas de Barra Mansa. No entanto, as coisas não andavam
muito boas na política. Falava-se em revolução nas vozes chegadas de Campanha e
Barbacena. A disputa entre Liberais e
Conservadores se acirrava. João sabia que se explodisse a Revolução, seria imediatamente
convocado.
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