quarta-feira, 29 de julho de 2009

ESSÊNCIA

O que seria do poeta sem a dor?
O que seria do artista sem a desilusão?
O que seria da vida sem a paixão?
Paixão que compele os espíritos às maiores loucuras;
Paixão que nos leva a viagens alucinadas, homéricas e utópicas;
Paixão que já explode nos olhos da criança no colo da mãe.

Ah!...sou artista, sou poeta, sou menino;
Sou dançarino, sou herói em busca de uma eterna aventura;
Sou aquele que vê o âmago da vida;
Sou aquele que volta para o ventre da mulher;
sou aquele que se perde no meio do caminho;
E sou aquele que caminha, caminha, caminha e vai...

Olhe para meus olhos e veja a vida que nasce sempre que acordo;
olhe para minha face e descubra a paixão de toda a humanidade;
Olhe para meus gestos e encontre a história do universo;
Pois carrego em meu peito a essência do início e do fim que não chega.

Eu sou a dor, eu sou a paixão, o sorriso...vida


Poesias Esparsas – Pedro Paullo – 2.009

O SEMEADOR DE PALAVRAS

ha, poeta, semeador palavras!
Ser desconcertado e lúdico, sempre procurando espinhos nas flores
Encantado com a sua dor, inebriado de paixão,
Com o olhar sempre nas estrelas,
Como se nas estrelas pudesse embalar seus sonhos,
Sonhos nunca realizados.
E realizá-los seria por demais frustrante...
Pois o poeta vive de sonhos que nunca se realizam.

Nos versos do poeta estão estampados seus amores perdidos,
Seus desejos inefáveis de aventuras mirabolantes,
Um profundo e eterno desabafo das idolatrias infinitas.

O poeta está sempre saudoso do que nunca foi,
Ansioso pelo que está por vir
E na renuncia do real, costura palavras, desenha versos.

No final, o poeta dilacera seu coração,
Seduzido consigo mesmo,
Enganado pela fantasia de um mundo irreal.

Vai, poeta, olhar o mar, as montanhas e a lua;
Escuta os pássaros; sente o vento;
Vai ser herói;
Ama sem ser amado;
Transforma em versos o encanto da vida;
E assenta em folhas brancas a perenidade do amor.

Poesias Esparsas - Pedro Paullo - 2009

FLOR NO ORIENTE

O solo preto de carvão diante dos olhos atônitos da menina
Que, antes, afável, embalava seus sonhos no jardim florido da primavera.
A cortina de fumaça trespassando a alma e sufocando o grito de agonia
Da perda incontida das vidas inocentes.

A solidão é perene com a visão dos corpos mutilados nos destroços de cimento.
A menina caminha devagar, olha tudo à sua volta sem compreender a dor
Que ao longe se faz presente no clamor dos derrotados.

A paisagem se alarga com a vida quase extinta
Na órbita do olhar infantil e aterrorizado
Que pede socorro num brado mudo e desamparado

Na ingenuidade olha onde dantes era o jardim
E os folguedos se avivam na neblina poeirenta
Que envolve os soldados que vasculham o nada.

No solo chamuscado uma flor teima ainda viva,
Arrebatada pela pólvora e largada ao acaso pelo descaso de quem não a viu.
A menina se ajoelha e pega a flor ao lado de um corpo sem vida
E o soldado, de pé, no meio da neblina, olha assustado,
Vira-se, atira.
A pequena menina segura a flor e o soldado, agora, vê seus olhos brilhando
Num último lampejo de luz e doçura.

Poesias Esparsas – Pedro Paullo – 2.009

segunda-feira, 20 de julho de 2009

ETERNO MAR

AMOR ETERNO


Sonhei com você olhando o mar,
Sonhei com você, minha amada, no acalento das ondas
E no sussurrar da água na areia

Vi seus olhos de mulher apaixonada no azul do mar,
Senti seus carinhos no roçar da água na minha pele,
Vi sua imagem refletida nas águas do cais.

Quis mergulhar para sentir seus abraços,
Desejei ser água para diluir-me no seu corpo,
Aspirei a leveza da pluma para flutuar sobre sua nudez.

Olhei os barcos e quis ser marinheiro
Para levá-la para bem distante, para o alto mar
E só nos dois na imensidão nos amarmos.

Seu corpo nu flutuando sobre a água, leve, translúcido.
Meus olhos irradiando o brilho do homem apaixonado
Vendo a noite se aproximar e as luzes do cais se acederem.

As luzes formam formas na água e me trazem sonhos,
Sonhos que nasceram na adolescência e jamais morreram.
Daquele dia em que vi seus olhos pela primeira vez,
Desejei-a sob o céu,
E toquei seu corpo nu e ardente.

Agora, temos o mar como cúmplice
Nos encontros que se eternizam,
Nos desejos que nunca terminam
Na paixão que atravessou o tempo.

AMOR ETERNO

AMOR ETERNO


Sonhei com você olhando o mar,
Sonhei com você, minha amada, no acalento das ondas
E no sussurrar da água na areia

Vi seus olhos de mulher apaixonada no azul do mar,
Senti seus carinhos no roçar da água na minha pele,
Vi sua imagem refletida nas águas do cais.

Quis mergulhar para sentir seus abraços,
Desejei ser água para diluir-me no seu corpo,
Aspirei a leveza da pluma para flutuar sobre sua nudez.

Olhei os barcos e quis ser marinheiro
Para levá-la para bem distante, para o alto mar
E só nos dois na imensidão nos amarmos.

Seu corpo nu flutuando sobre a água, leve, translúcido.
Meus olhos irradiando o brilho do homem apaixonado
Vendo a noite se aproximar e as luzes do cais se acederem.

As luzes formam formas na água e me trazem sonhos,
Sonhos que nasceram na adolescência e jamais morreram.
Daquele dia em que vi seus olhos pela primeira vez,
Desejei-a sob o céu,
E toquei seu corpo nu e ardente.

Agora, temos o mar como cúmplice
Nos encontros que se eternizam,
Nos desejos que nunca terminam
Na paixão que atravessou o tempo.