ha, poeta, semeador palavras!
Ser desconcertado e lúdico, sempre procurando espinhos nas flores
Encantado com a sua dor, inebriado de paixão,
Com o olhar sempre nas estrelas,
Como se nas estrelas pudesse embalar seus sonhos,
Sonhos nunca realizados.
E realizá-los seria por demais frustrante...
Pois o poeta vive de sonhos que nunca se realizam.
Nos versos do poeta estão estampados seus amores perdidos,
Seus desejos inefáveis de aventuras mirabolantes,
Um profundo e eterno desabafo das idolatrias infinitas.
O poeta está sempre saudoso do que nunca foi,
Ansioso pelo que está por vir
E na renuncia do real, costura palavras, desenha versos.
No final, o poeta dilacera seu coração,
Seduzido consigo mesmo,
Enganado pela fantasia de um mundo irreal.
Vai, poeta, olhar o mar, as montanhas e a lua;
Escuta os pássaros; sente o vento;
Vai ser herói;
Ama sem ser amado;
Transforma em versos o encanto da vida;
E assenta em folhas brancas a perenidade do amor.
Poesias Esparsas - Pedro Paullo - 2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário