sábado, 20 de fevereiro de 2016

MEUS AMORES, MINHA VIDA.


De tudo um pouco levarei comigo...
instantes doces, amores, desejos,
toques, olhares, carinhos sentidos...

Quem sabe... leve os lampejos
dos amores perdidos,
dos abraços, dos beijos
que não podem ser esquecidos.

De tudo sentirei um tanto
mesmo diante do tempo,
na visão do meu pranto,
expressão do meu lamento...

Serei essência pura 
para cada um que viu e me amou
pois que imortal é o amor, é a vida.
E de tudo amarei o viver,
esse fardo de um instante,
esse fluido de um amanhecer,
esse sono... sonho delirante.

Pois que o viver não é desvanecer,
mas o desejo eterno e constante
de repetir tudo e seguir adiante.

E depois de tudo, do tanto, do meu sofrer,
as imagens em meus olhos viajarão,
irão comigo, como sombras
acalentando-me e me dizendo o quanto eu vivi
e que o viver é seguir em frente para sempre.


Texto de Pedro Paulo de Oliveira.
Imagem: fada

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O SILÊNCIO, APENAS



Sou o silêncio 
que adormece em seu colo
para sentir a vida pulsar

Sou o silêncio que pede amor
que pede um toque
uma matiz
um segredo
do coração

Sou o silêncio na noite
na calidez da alcova
sem lençol
desnudo
sem pudor.

Sou o silêncio perpetrado 
no seu olhar
na sua voz calada
no seu gesto mudo
na sua língua molhada.

Quero o silêncio dos seus braços
de um abraço só
entrelaço sem pedaço
sigiloso ardor
do corpo inerte

Sou o silêncio da sua alma
que flutua no espaço
espaço de essências 
lugar de reminiscências
Alma que se perde
leve, sem asas...

Quero o silêncio
apenas o silêncio
da pedra imóvel
da chuva fina
que desce do ceu.

É tudo que quero:
Apenas o silêncio da vida
das mãos que acalentam
dos carinhos que apascentam.


Pedro Paulo e Oliveira.