Sou o silêncio
que adormece em seu colo
para sentir a vida pulsar
Sou o silêncio que pede amor
que pede um toque
uma matiz
um segredo
do coração
Sou o silêncio na noite
na calidez da alcova
sem lençol
desnudo
sem pudor.
Sou o silêncio perpetrado
no seu olhar
na sua voz calada
no seu gesto mudo
na sua língua molhada.
Quero o silêncio dos seus braços
de um abraço só
entrelaço sem pedaço
sigiloso ardor
do corpo inerte
Sou o silêncio da sua alma
que flutua no espaço
espaço de essências
lugar de reminiscências
Alma que se perde
leve, sem asas...
Quero o silêncio
apenas o silêncio
da pedra imóvel
da chuva fina
que desce do ceu.
É tudo que quero:
Apenas o silêncio da vida
das mãos que acalentam
dos carinhos que apascentam.
Pedro Paulo e Oliveira.
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