
Hoje faz frio... arrepio.
Que bom... ainda é primavera,
chove... vontade da vida,
do dia e do céu condensado
de vapores...
Escuto sons... é a água
chocando-se na pedra,
escorrendo para a terra,
sendo engolida pela sede
de vida adormecida,
respirando latente
na semente.
A terra sob meus pés
Fria, molhada, cheia de vida...
Sou parte: semente, alimento, adubo...
sinto o frio úmido sob meus pés,
a vida na chuva, no húmus,
na folha que a enxurrada leva
e meu corpo, então, é parte de tudo,
levado pela chuva
se abrindo no tronco e no verde da vida.
Texto de Pedro Paulo de Oliveira.
Imagem: Vislumbre.
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