
O musgo cresceu no tronco apodrecido
no quintal úmido e silencioso,
No pedaço de balanço esquecido
subiu rasteiro, silente, vigoroso.
O musgo cobriu os sonhos,
As risadas, os folguedos,
O vento batendo nos cabelos,
No vai e vem do brinquedo.
O musgo é verde, tem cheiro de mato,
Abraça a madeira, agasalha as lembranças
Dos beijos e dos abraços,
Das vidas e das esperanças...
Contínuo renascer rastejante
Da árvore formosa, orgulhosa
Húmus frio e pungente
Da terra, filha vaidosa.
Renasce o tronco que alimenta,
Guardião incólume das existências,
É o túmulo que ostenta
lúgubres e eternas vivências.
O tronco não morre, se transforma,
Musgo obstinado,
Faminto, enredado como a vida,
Fardel de ilusões
E efêmeras paixões.
Pedro Paulo de Oliveira.
Direitos autorais.
Foto: infoescola.com
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