sexta-feira, 1 de novembro de 2013

JANELA DA VIDA





Ouço o sussurro das vozes
que me restaram como dádivas
no parapeito da sala
na paisagem eterna...

Não me causa espanto
o cheiro das rosas
que vem do canto
do jardim molhado
bem ali do lado
da janela acortinada
de cetim branco rendado...

Você vem sempre, teimosa,
imagem tão nítida,
não é uma só,
são tantas, de tantos amores,
desejos fugidios,
encontros, despedidas.

Meu cérebro é um álbum
de fotos e filmes,
folheio sem parar
e assisto pela tela
que se abre para o mundo
no espaço da janela,
do eu mais profundo.

Este é o lugar onde estou,
tenho a janela e a avenida
caminho do restou
do tudo, da minha vida,
vida de um tempo,
vida vivida, vida metida,
vida dividida,
a minha vida.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: Busca no Google.

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