

O fogo se abre e encerra o dia
Que daqui a instantes trará a noite
Depois da aurora boreal de ouro
Que cinge todos os olhos no entardecer
Teia imensa no horizonte
Relevo da terra antiga
Fim do dia na cidade pequena
Atrás dos montes de Minas
A brisa que chega trás o frio
Do inverno em chamas
Vem de longe o vento ventania
Que venta só aqui, no meu lugar
É quando as maritacas fazem revoadas
É quando os pardais se unem em algazarras
Os urubus fazem silhuetas no horizonte dourado
Num último voo em busca da luz
O rio que corta vales e montanhas
Brilha como prata entre bambuais
Conta as histórias dos meninos
E guarda os segredos dos homens
É o Rio Turvo da cidade que foi Turvo
É o Rio de onde nasceu um povo
É o Rio da cidade, agora, de André
De Manoel, de Barões, do Visconde... Rio que rebrilha o ocaso
Rio do Coronel, dos tenentes e dos capitães
Apetece que a luz vá embora
E adormece a passarada
As montanhas viram sombras
Pela noite enluarada
Vento frio que assobia
Na noite espalha as folhas
Não espalha meus desejos
Traz a mulher amada para aquecer-me
Na madrugada ouço os passos
De séculos de amores
Nesta terra de compassos
De Paixões sem pudores
Casarões, casarios, sobrados nas avenidas
Fantasmas passando ousados
Caminho eterno de tantas vidas
Variante de sonhos enjaulados.
Texto e fotos
Pedro Paulo de Oliveira
direitos Autorais
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