segunda-feira, 27 de maio de 2013

DEGREDO


Quando vais embora acorrento meu corpo,
Despedaço-me diante do mundo,
Perdido, sonâmbulo, irrompido para o nada,
Desgraçadamente por tua ausência.

Ausência de que, ausência por quê?
Pergunto-me na noite sem fim.
Ausência de ti,
Que já não sei mais quem é.

Sei apenas da tua ausência,
Porque fostes borbotada como a brisa
Ou, talvez, como o rocio da manhã
Que evapora, perfuma e vai-se embora.

Não há piedade na despedida
E o gosto desaparece com o desgosto
Da execrada distância que separa os corpos
E o meu suplica pelo que não mais tem.

E o ter, de repente,
Já não é mais poder, é despedida...
Despedida... Todos os dias eu despeço
E fico saudoso.

Não há mais como bulir
Não há como embriagar
Degredado estou,
Preso ao meu passado,
Ao que tive e ao que poderia ter.



Pedro Paulo de Oliveira
Direitos Autorais.




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