terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

SONHOS GUARDADOS



Quanto mais dias eu guardo, 
mais eu sinto que os dias me escapam...
Tento, em vão, agarrar o que de melhor me é dado.
Mas, tudo passa ligeiro e me sinto dentro de um vagão 
olhando a paisagem correr: luzes, cores, formas, aromas, sons (vozes) e o vento. O vento é que parece levar tudo embora. Depois, percebo que o vento não leva nada, é apenas condição, uma parte do todo que a tudo consome.

Houve até um tempo em que pensei que os dias eram frutos da minha vontade e, meio desembestado, flutuei por ai cheio de sonhos até que os sonhos pousaram num canto do meu ser e, mesmo que os dias me escapem, eles ficam lá, guardadinhos, latentes e intermitentes.

Sonhos teimosos que não me deixam.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: lupércio

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