(...) "O Cachorro é o melhor amigo do homem até que conheça o poder do dinheiro" - Disse o Coronel olhando a matilha de viadeiros correndo atrás da caça que fugia apavorada, embrenhando-se nas capoeiras. (...)
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(...) O negrinho Teté saiu correndo, todo
doido de alegria, pisou na bosta de vaca e se estatelou com a fuça na
pinguela. Ficou por lá, dependurado e flácido lavando os pés no córrego. Uma brecha se
abriu na sua testa e o sangue escorreu tingindo a água que desembocava
na bica. Zenda olhou de esguelha e pensou: "destino bão só tem é coroné.
Negro num vale pra nada neste mundo." Os outros negrinhos chegaram
alvoraçados, gritando e rindo, e rodearam o amigo sem entender muito
bem o que estava acontecendo. Zenda chegou mais para perto, esparramou a horda, catou o menino no colo e
olhou na direção da casa por onde surgia o Visconde já arrumado para sair. Os dois olhares se encontraram, se fixaram por um instante, até que Zenda se foi na direção oposta levando a massa mole de vida nos braços. (...)
Pedro Paulo de Oliveira.
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