sábado, 7 de fevereiro de 2015

COMO EU NASCI? UM BROTO DOIDO




Não pedi pra nascer
Muito menos pra morrer...
Depois que nasci
Pedi pra viver
Porque viver é obrigação
Desejo de continuação.

Depois de nascido é assim:
Igualzinho cachorro
Mosquito ou formiga.

Depois que nasci
Ganhei o direito de viver

Brotei do conjunto
Como planta de nada
Sementes cuspidas na vagina
Em correria louca pra não morrer também.

Foi assim:
Um pênis e uma vagina
Nem sei se me queriam
E fecundei do instinto
Do esperma doido
Saído de um gozo qualquer
Sem previsão, sem distinção e sem previsão
Se seria homem ou mulher.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.
Escritor e Redator.

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