quarta-feira, 27 de julho de 2016

DESTERRO


Quando choro, minhas lágrimas regam sua alma
petrificada pela dor e pelas lamurias
seu coração grita constantemente por socorro
e você nunca ouve, na surdez do seu mundo.


E mesmo distante, no rocio esvoaçante
vai meu pranto acalmar seu lamento
encher sua alma de paixão e delírio
e você sente minha presença tocando suas entranhas

do alto da pedra da fidelidade
abraço sua anca invisível
olhando a imensidão encravada em meu ser
e jogo seu corpo que rola e não despedaça...

Desço correndo, pois que a vida não acaba
perco-me, para sempre, no meio do desconhecido
fecho os olhos, pois que a vida é nada, é instante então
e amar é padecer, essas lágrimas que se misturam com o orvalho
desejo perene de prazer, solidão sempre ao dormir
sonhos no meio da escuridão, imagens em misturadas, esvoaçantes,
perdidas, dilaceradas.

Poema: Pedro Paulo de Oliveira.
Direitos Autorais.
Foto: pxleys.com

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