quinta-feira, 20 de setembro de 2007

LÚDICO

LÚDICO

Meu canto é o universo, vivo e perene, que não sei se tem início ou fim, mas que me absorve, me conduz, me transforma. Sou parte da vida, tal como a ave, a árvore, uma partícula da nuvem, uma parte da energia que azula o céu.
Penso na eternidade olhando os seres vivos, sentindo a mutação à minha volta e analisado a luta pela sobrevivência de cada ser. A música me conduz a vislumbrar os pássaros pequeninos açoitando o gavião que ataca seus ninhos. Encontro a resposta para a luta dos seres humanos para se prevalecerem sobre seus semelhantes: é a busca e o encontro com o passado; o ser selvagem e pleno no meio da natureza.
No céu, as nuvens formam contornos brancos, faixas acinzentadas, grandes aglomerados e, no alto, no meio do azul, a luz converge para um túnel. Sinto que a vida entra e sai dali, num eterno vai-e-vem, nada começando e nada acabando. Então, sou eterno, porque vou e voltarei e, quando voltar, serei ainda mais pleno, pois estarei espalhado por muitos lugares e minhas vivências não serão mais só minhas.
Compreendo que o ser humano só morre quando não nasce e a vida flui e permanece, porque este é o sentido dela:ser perene. Daqui a milhões de anos estarei vivo, dentro de um corpo qualquer e meus sentimentos serão tal como agora.
As águas que brotam da terra, as águas do rio, as águas do mar, as águas do céu... Longe, muito longe, os astros, o espaço sideral. É só olhar com paciência para ver que nada mudou e nada mudará, mesmo quando pensamos estar destruindo um pedaço desta terra que habitamos, pois tudo é absorvido pela luz.
Compreendo que a diferença do ser humano são os sentimentos, principalmente o amor: ele se espalha, contagia, impregna e nos transforma em seres eternos, Não morre quem ama!!


PEDRO PAULLO

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