
O NOVO, O INUSITADO, A VIDA, A ESTRADA QUE SEGUE E NÃO TERMINA, EMBORA NO MEIO DO CAMINHO MEU TÚMULO FRIO E SERENO, GUARDARÁ MEUS OSSOS E MEU PÓ.
terça-feira, 16 de abril de 2013
MAIS UM DIA
MAIS UM DIA
Outro dia, mais um dia, outras coisas, mais coisas;
Tantas coisas, sorrisos, dores, desejos, decepções...
Meus olhos, tantos olhos para olhar,
Meus passos e tantos passos para passar
Minha voz e tantas vozes para ouvir
Meu sorriso e tantos risos para ver
Minha mãos e outras mãos para tocar
Meu coração que bate e tantos corações ao meu redor.
Meus olhos se abrem e vejo a luz
Há tanta luz à minha volta!
Que bom... É mais um dia de vida!
Pedro Paulo de Oliveira - 16 de abril de 2013

terça-feira, 22 de maio de 2012
A MORTE DE PABLO NERUDA
Pablo Neruda foi um poeta extremo, do extremo da carne e da alma. Sua morte, como sua vida, deixou marcas e possibilidades para investigações.
Eu, pessoalmente, não creio que haja algo extraordinário na sua morte. Contudo, seu motorista pessoal, que o acompanhou até o dia 23 de setembro de 1973, data em que morreu, 12 dias depois do pinochetaço, afirma que ele foi assassinado com uma injeção letal. Foi aberta uma investigação pela corte de justiça do Chile. É possível que Pablo Neruda, muito debilitado por conta do câncer de próstata, ao ter certeza do golpe militar e da morte do Presidente do Chile - e seu amigo pessoal Salvador Allende -, não suportou a dor na alma e se entregou à morte. Mas, como a ditadura chilena foi uma das mais cruéis da América Latina, vamos esperar os resultados da investigação. Acredito que o corpo de Neruda será exumado de onde está enterrado na Isla Negra.
MAS, O QUE NOS IMPORTA SÃO AS SUAS POESIAS, AS SUAS PALAVRAS: PARA NASCER NASCI...; OS CISNES NÃO CHORAM QUANDO MORREM...; A MULHER ENTRE AS FLORES DE AZALÉIAS...
domingo, 20 de maio de 2012
CARTA DO FÓRUM DAS ÁGUAS DE CAXAMBU
O que diferencia o ser humano dos demais animais não é a sua capacidade de destruir o meio ambiente à sua volta, fazer guerras, ser cruel, ambicioso, miserável, digno, ou dotado de amor. O que diferencia o ser humano de qualquer outro ser vivo é a sua capacidade de buscar formas que satisfaçam a sua curiosidade e de encontrar elementos capazes de transformar o meio em que vive, seja para o bem, seja para o mal.
Nesse contexto de evolução do ser humano, o modelo de urbanização, ainda baseado na Revolução Industrial, não mais sustenta a lógica da vida. Estamos espremidos em ambientes de imensos conglomerados de cimentos, ferros, alumínios, vidros, borrachas, lâmpadas e máquinas de todas as espécies. Já nos foi dito que nas metrópoles, grandes e médias cidades e, até mesmo, em algumas pequenas cidades, o ser humano é denominado “animal urbano”. Será esse um termo correto para designar um ser que necessita intrinsecamente dos meios naturais para sobreviver? Será justo manter o ser humano aprisionado e entorpecido, desconhecendo seu próprio eu?
No meio dos conglomerados urbanos o ser humano se insere às máquinas que ele próprio criou e, desesperado, procura espaços para desaguar suas emoções e instintos. Esses espaços nada mais são do que outras criações da “Revolução Industrial”, ou seja, os grandes shows assistidos por milhares, quando não, milhões de pessoas, marcados por produções fabulosas da tecnologia; clubes fechados e abertos, dependendo do poder econômico dos frequentadores; espaços de convivência nos shoppings (área de alimentação, salas de cinema, pequenos parques de diversões para crianças); e, por fim, as praias e praças superlotadas onde os grupos se fecham e desconhecem seus semelhantes, bem ao lado.
Se revisarmos a história, veremos que este atual modelo de urbanização sempre colocou o ser humano numa disputa inglória. Não podemos afirmar que o espaço urbano de hoje é melhor ou pior que o do início da “Revolução Industrial” ou lá dos tempos do Império Romano, ou mesmo da Grécia Antiga. A sociedade sempre foi dividida em camadas sociais: ricos, médios, pobres e miseráveis. Os meios usados para se chegar a ser rico nem sempre foram os mais bonitos, saudáveis ou justos. Desde os tempos do início da civilização, seres humanos enganam, matam e escravizam em nome do poder. Não há nada de novo nessa divisão urbana onde no Brasil o exemplo mais cruel é o das favelas. Logo depois da proclamação da Lei Áurea, as famílias de negros que deixaram as grandes fazendas, foram segregadas nas periferias das cidades. Essa segregação, nas grandes metrópoles, geraram as favelas, numa mistura de mestiços de índios e negros, na sua maioria filhos bastardos dos funcionários públicos, senhores de engenho, senhores do café e senhores do leite e da carne de boi.
Muitos seres humanos, ao longo do tempo, sempre sonharam com um mundo mais justo, onde não houvesse fome e todos fossem tratados igualmente na busca das necessidades comuns à sua sobrevivência. Primeiro, foram as religiões, que nasceram do medo da morte e da necessidade de se adorar um ser superior, imortal. As religiões não resolveram e nunca vão resolver os problemas sociais da humanidade. Em nome de Deus muita atrocidade foi cometida e ainda continua a ser perpetrada pelo mundo. Depois, veio a filosofia pregando a igualdade, paraísos e criando regras (Platão, Aristóteles, Sófocles...). Já no Séc. XVIII deparamo-nos com a Revolução Francesa, que foi outro engodo. Ela matou seus próprios idealizadores (Danton e Robespierre). Logo a seguir, veio a Revolução Industrial, trazendo, com ressalvas, evolução para a humanidade. No Séc. XX uma luz surgiu através de um tratado poderoso que marcou gerações e prometia mudar o mundo pregando uma sociedade sem classes, baseada nas ideias de Karl Max. Numa mistura de conceitos comunistas, e variando para socialistas, ditaduras cruéis foram implantadas pelo mundo em nome de uma sociedade mais justa, prometendo acabar com as desigualdades sociais. Tudo, também não passou engodo e provou, mais uma vez que estava em jogo a ânsia do ser humano de ter poder, governar, mandar, ser superior. Os regimes comunistas/socialistas sucumbiram todos com os seus sonhos e os seus líderes entraram para a história como governantes cruéis.
Paralelamente às ditaduras, governos déspotas e regimes socialistas/comunistas, os Estados Unidos da América, a Inglaterra, a França, a Alemanha, a Itália, a Espanha e o Japão se impuseram defendendo o capitalismo, baseado no modelo de Democracia. Esse modelo perdurou, ao longo do tempo, foi se adaptando a minimodelos (social democracia, neoliberalismo, socialismo liberal, etc.). Houve uma interrupção nesse processo pelas distorções causadas pelo Nazismo. Contudo, esse modelo, ainda vigente, pregado pelos Estados Unidos e pelo bloco da Europa, também se mostrou cruel, pois não minimizou as misérias humanas, as disputas bárbaras pelo poder e as desigualdades sociais.
O que mais preocupa, no entanto, com relação ao futuro da humanidade, diante do atual modelo econômico, ainda sob a liderança dos Estados Unidos e do Bloco Europeu, é o fato desses países ditos desenvolvidos estarem em situação precária financeiramente e dependentes das economias dos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Existe uma clara dependência, desses países, de recursos naturais que eles não mais possuem: petróleo, ferro, madeira, água doce em abundância e território. O outro fato preponderante com relação a esses países é que eles estão endividados por conta da emissão de excesso de papéis no mercado financeiro do mundo.
A discussão do FÓRUM DAS ÁGUAS tem que ser focada, em especial, em cinco pontos:
1 - A MINIMIZAÇÃO DAS DESIGULDADES ATRAVÉS DE AÇÕES SOCIAIS (RESPONSABILIDADE SOCIAL) DAS EMPRESAS E DO PODER PÚBLICO;
2 – A DESFESA DAS RESERVAS NATURAIS BRASILEIRAS, EM ESPECIAL DOS NOSSOS LENÇOIS DE ÁGUA DOCE (O FÓRUM DEFENDERÁ AS ÁGUAS DO ALTO RIO GRANDE E OS LENÇÓIS SUBTERRÂNEOS DO CIRCUITO DAS ÁGUAS);
3 – A EDUCAÇÃO E A CULTURA COMO MEIOS DE SE SAIR DA MIZÉRIA – PROPOSTAS CONCRETAS;
4 – A MULHER COMO MODELO DE UM NOVO PARADIGAMA SOCIAL;
5 – E A REINVENÇÃO DO ESPAÇO URBANO NAS IDEIAS DE JORGE LUIZ BARBOSA.
A CARTA DAS ÁGUAS não deverá ser um documento pré-determinado, mas um documento CONTUNDENTE a ser composto a partir das discussões do FÓRUM BRASILEIRO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE CAXAMBU.
Pedro Paullo de Oliveira.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
A SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS
A sociedade dos poetas mortos – resumo do filme
O enredo do filme é delineado a partir do momento em que o professor de língua inglesa, John Keating, chega à Escola Welton. A escola Welton utilizava-se de tradicionais métodos de ensino, onde a literatura e as artes ficavam em um plano bem inferior. Com a chegada do novo professor à escola tudo começou a mudar já no primeiro dia de aula quando ele concitou os alunos a deixarem a sala, assobiando e pedindo que o chamassem de “capitão, meu capitão”. Com isso, Keating estava incentivando os alunos à ousadia, a uma mudança de postura quanto à vida e à forma de aprender.
Noutra sala Keating pediu ao aluno Neil para ler uma parte do seu livro de poesia. Logo depois, mandou os alunos rasgarem a introdução do livro. Os alunos vibraram com os métodos pouco convencionais do novo professor e, incentivados por ele, subiram nas mesas como forma de expressar suas emoções livremente.
As emoções dos alunos floresceram de forma espontânea e eles reviveram um clube de literatura ao qual havia pertencido o professor Keating e reuniram-se numa caverna próxima da escola. Posteriormente, os alunos Todd e Charlie se destacaram, sendo que o primeiro, num trabalho proposto por Keating, se deu mal devido a problemas de consciência. Keating o levou, então, a fazer exercícios de auto expressão para evoluir seus talentos artísticos. Charlie publicou uma matéria no jornal da escola favorável à entrada de meninas na Welton. Diante do diretor, chamado a dar explicações sobre a matéria, ele ofereceu Deus ao telefone para defendê-lo. O diretor ficou possesso.
Keating foi repreendido pela diretoria por conta de seus métodos de ensino e, na sala de aula, disse aos meninos para não serem estúpidos em lutar contra o sistema, transmitindo-lhes, implicitamente, que eles deveriam ser sutis e inteligentes.
Enquanto isso, outro aluno, knox, se apaixonou por uma garota de outra escola e dedicou-lhe um poema. Foi elogiado por Keating em sala de aula por escrever sobre o amor verdadeiro. Neil, outro aluno, sentiu sua vocação artística aflorar e afrontou seus pais que queriam que ele cursasse medicina. Pressionado pelo pai que lhe disse que iria alistá-lo numa academia militar, Neil cometeu suicídio.
Keating foi feito bode expiatório da morte de Neil e diante de uma investigação do conselho de Regentes de Welton foi acusado formalmente. Mas Charlie o defendeu e esmurrou Richard, seu principal acusador. Charlie, por conta dessa atitude, foi expulso da escola. Todd foi chamado diante da direção e, pressionado por seus pais, foi forçado a assinar um documento em que afirmava ser membro da Sociedade dos Poetas Mortos, que Keating abusou das suas prerrogativas e incentivou Neil a discordar dos pais. Keating foi demitido da escola.
Nolan, um dos diretores da escola e responsável pela demissão de Keating, substituiu-o na sala de aula como professor de inglês. Keating entra na sala para apanhar alguns pertences que havia deixado lá. Foi, então, que Todd revelou que ele e os meninos foram intimidados e obrigados a assinar o documento contra o professor Keating. Nolan exigiu que os alunos se calassem e que Keating se retirasse. Keating se virou para deixar a sala e Todd, pela primeira vez, sendo um aluno fechado, se abriu e gritou: “Capitão, meu capitão!” em seguida, Todd subiu na mesa e foi ordenado por Nolan a descer ou enfrentar uma expulsão. Contudo, ele não desceu e foi seguido pelos demais colegas. Nolan, vencido, tombou sobre a mesa e Keating, sorrindo, deixou a sala de aula para sempre.
O enredo do filme é delineado a partir do momento em que o professor de língua inglesa, John Keating, chega à Escola Welton. A escola Welton utilizava-se de tradicionais métodos de ensino, onde a literatura e as artes ficavam em um plano bem inferior. Com a chegada do novo professor à escola tudo começou a mudar já no primeiro dia de aula quando ele concitou os alunos a deixarem a sala, assobiando e pedindo que o chamassem de “capitão, meu capitão”. Com isso, Keating estava incentivando os alunos à ousadia, a uma mudança de postura quanto à vida e à forma de aprender.
Noutra sala Keating pediu ao aluno Neil para ler uma parte do seu livro de poesia. Logo depois, mandou os alunos rasgarem a introdução do livro. Os alunos vibraram com os métodos pouco convencionais do novo professor e, incentivados por ele, subiram nas mesas como forma de expressar suas emoções livremente.
As emoções dos alunos floresceram de forma espontânea e eles reviveram um clube de literatura ao qual havia pertencido o professor Keating e reuniram-se numa caverna próxima da escola. Posteriormente, os alunos Todd e Charlie se destacaram, sendo que o primeiro, num trabalho proposto por Keating, se deu mal devido a problemas de consciência. Keating o levou, então, a fazer exercícios de auto expressão para evoluir seus talentos artísticos. Charlie publicou uma matéria no jornal da escola favorável à entrada de meninas na Welton. Diante do diretor, chamado a dar explicações sobre a matéria, ele ofereceu Deus ao telefone para defendê-lo. O diretor ficou possesso.
Keating foi repreendido pela diretoria por conta de seus métodos de ensino e, na sala de aula, disse aos meninos para não serem estúpidos em lutar contra o sistema, transmitindo-lhes, implicitamente, que eles deveriam ser sutis e inteligentes.
Enquanto isso, outro aluno, knox, se apaixonou por uma garota de outra escola e dedicou-lhe um poema. Foi elogiado por Keating em sala de aula por escrever sobre o amor verdadeiro. Neil, outro aluno, sentiu sua vocação artística aflorar e afrontou seus pais que queriam que ele cursasse medicina. Pressionado pelo pai que lhe disse que iria alistá-lo numa academia militar, Neil cometeu suicídio.
Keating foi feito bode expiatório da morte de Neil e diante de uma investigação do conselho de Regentes de Welton foi acusado formalmente. Mas Charlie o defendeu e esmurrou Richard, seu principal acusador. Charlie, por conta dessa atitude, foi expulso da escola. Todd foi chamado diante da direção e, pressionado por seus pais, foi forçado a assinar um documento em que afirmava ser membro da Sociedade dos Poetas Mortos, que Keating abusou das suas prerrogativas e incentivou Neil a discordar dos pais. Keating foi demitido da escola.
Nolan, um dos diretores da escola e responsável pela demissão de Keating, substituiu-o na sala de aula como professor de inglês. Keating entra na sala para apanhar alguns pertences que havia deixado lá. Foi, então, que Todd revelou que ele e os meninos foram intimidados e obrigados a assinar o documento contra o professor Keating. Nolan exigiu que os alunos se calassem e que Keating se retirasse. Keating se virou para deixar a sala e Todd, pela primeira vez, sendo um aluno fechado, se abriu e gritou: “Capitão, meu capitão!” em seguida, Todd subiu na mesa e foi ordenado por Nolan a descer ou enfrentar uma expulsão. Contudo, ele não desceu e foi seguido pelos demais colegas. Nolan, vencido, tombou sobre a mesa e Keating, sorrindo, deixou a sala de aula para sempre.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
O INFINITO DOS MEUS OLHOS

Fito o infinito de voltas e contornos do mundo.
Vejo, no espaço perdido dos meus olhos, o tempo.
Ah, sim! A vida é a minha visão, a minha memória.
Compreendo que nada muda, mas apenas se aproxima.
Enfim, Continua a angústia, continua a fome, continuam as buscas.
Por que tentam me convencer que o mundo está pior?
por que me dizem que os valores de hoje são piores que os de ontem?
Por que me falam que as pessoas estão mais cruéis hoje?
por que me dizem que a pessoas estão indiferentes?
No infinito da minha existência o mundo não mudou.
Meus olhos vêem os mesmos homens de todos os tempos.
Sou mais um desses homens.
Não sou indiferente à morte alheia,
Não sou indiferente à fome dos outros,
Não sou indiferente à exploração dos mais fracos,
Não sou indiferente à crueldade contra os povos.
O que me resta, por que nasci, é apenas viver.
Tenho uma certeza:O fim dos tempos é a minha morte!
Não quero a desgraça dos seres humanos à minha volta.
Mas, por não ser herói, tenho medo de defendê-los
E anseio por um novo herói, um novo mártir.
Sei que a grande maioria dos que comandam este mundo são apátridas.
Sei que nada mudou na vida dos palácios.
Sei que as tramas continuam sendo feitas pelos detentores do poder.
Tramam as guerras, a mortes, jogam com as vidas!
Tentam convencer-me de que as favelas são frutos do meu tempo.
Ah, que mentira! Os guetos sempre existiram,
Os excluídos e miseráveis sempre existiram.
Os excluídos e miseráveis estão nos cantos das cidades.
Mas, um dia, eles aprenderão que as vicissitudes humanas fazem inocentes,
E, também, suas presas.
MENINA DE COPACABANA
Seus olhos simplesmente me olham na praia quase deserta de primavera. Ela é distraida, elegante, sensual. O céu triste de garoa deixa o mar de ressaca e sopra areia na calçada de Copacabana. As ondas fazem barulho e se levantam querendo engolir a praia de Copacabana. Mas é a praia que as engole, transformando seus restos em espuma.
Ela apenas caminha pela calçada e expõe seus contornos delgados e sensuais, como animal desatento. Eu respiro, olho-a, desejo-a, quero seu seios brotando da camiseta. Ela não me vê, não sente a minha angústia, não percebe meus desejos. Escuto, da criança, que o mar é misterioso. Ah, sim... Tenho que concordar... O mar guarda os segredos do mundo, de homens e mulheres, de heróis e bandidos... Guarda meus segredos neste intante, minha volúpia escondida, aquietada pela sua indiferença.
Ah, menina eterna, por que eterno são os desejos, eterna é a volúpia! Sereia que canta aos meus ouvidos e me encanta. Mulher, dona dos meus pensamentos, das minhas metas. Tudo faço na vida, tudo ganho, tudo busco para que me olhe, para que me deseje, para que me possua e seja minha dona. Ah, menina, se me quer, perco o medo, desfaço-me de tudo que guardei com avidez. Mas, quando o guardei, estava pensando em você, oh menina eterna!
Ela segue pela calçada de desenhos sinuosos de Copacabana e não me vê... Mas, se quizesse, poderia despir-me e, como um peão na arena, laçar-me e arrastar-me até ela. Eu Iria sem recusar, sem reclamações, sem importar-me em sentir dor. "Dor de amor não doi".
Ela torna a passar por mim e olha-me sem interesse. Seus passos simplesmente parecem acompanhar os traços sinuosos dos desenhos do passeio de Copacabana. Sua silhueta é parte do mar que morre na praia, é a menina de Copacabana, que inspira meus desejos, aviva meus sonhos e desperta minha alegria com a sua sensualidade. Menina de Copacabana, de corpo delgado, de corpo comprido, de pele sedosa, de cabelos cacheados, de boca grande, de olhos amendoados.Menina que invade os meus sonhos. Menina de Copacabana, que flutua na leveza e na beleza, transformando o mundo.
Ela apenas caminha pela calçada e expõe seus contornos delgados e sensuais, como animal desatento. Eu respiro, olho-a, desejo-a, quero seu seios brotando da camiseta. Ela não me vê, não sente a minha angústia, não percebe meus desejos. Escuto, da criança, que o mar é misterioso. Ah, sim... Tenho que concordar... O mar guarda os segredos do mundo, de homens e mulheres, de heróis e bandidos... Guarda meus segredos neste intante, minha volúpia escondida, aquietada pela sua indiferença.
Ah, menina eterna, por que eterno são os desejos, eterna é a volúpia! Sereia que canta aos meus ouvidos e me encanta. Mulher, dona dos meus pensamentos, das minhas metas. Tudo faço na vida, tudo ganho, tudo busco para que me olhe, para que me deseje, para que me possua e seja minha dona. Ah, menina, se me quer, perco o medo, desfaço-me de tudo que guardei com avidez. Mas, quando o guardei, estava pensando em você, oh menina eterna!
Ela segue pela calçada de desenhos sinuosos de Copacabana e não me vê... Mas, se quizesse, poderia despir-me e, como um peão na arena, laçar-me e arrastar-me até ela. Eu Iria sem recusar, sem reclamações, sem importar-me em sentir dor. "Dor de amor não doi".
Ela torna a passar por mim e olha-me sem interesse. Seus passos simplesmente parecem acompanhar os traços sinuosos dos desenhos do passeio de Copacabana. Sua silhueta é parte do mar que morre na praia, é a menina de Copacabana, que inspira meus desejos, aviva meus sonhos e desperta minha alegria com a sua sensualidade. Menina de Copacabana, de corpo delgado, de corpo comprido, de pele sedosa, de cabelos cacheados, de boca grande, de olhos amendoados.Menina que invade os meus sonhos. Menina de Copacabana, que flutua na leveza e na beleza, transformando o mundo.
quarta-feira, 2 de março de 2011
SOLDADO DO ORIENTE
Era uma vez um jovem e orgulhoso pastor de ovelhas... Ele morava numa casa caiada de branco e uma palmeira fazia sobra na sua fachada. Sua pele era queimada pelo sol e pelo ar seco. Ele trabalhava, caminhava todos os dias pela terra, respirava, se alimentava, tinha sede, tinha necessidades fisiológicas, dormia. Era um ser que, como qualquer outro ser vivo, sentia o vento na pele e o aroma da vida; era um ser que olhava as estrelas e, como todo mundo, não entendia a imensidão do universo; ele era um ser concebido do encontro de um homem com uma mulher; foi amado pela sua mãe; teve infância; e sonhou com um mundo justo para si.
Naquela terra onde ele morava ele vislumbrou uma jovem certo dia e ambos se enamoraram. Ele a amou e foi amado por ela; ambos se casaram e se entregaram de corpo e alma numa noite cálida. Doravante viveu a felicidade, sorriu e, como filho, pretendeu ter filhos e os concebeu com a mulher amada.
Ele era, como a maioria dos seres humanos, alguém que gostava de trabalhar e ser respeitado; ele queria apenas o mínimo necessário para viver com dignidade. Mas a guerra estava se anunciando, vinda do ocidente! Ele, certamente, não queria a maldita guerra, pois sabia que o seu povo, massacrado por séculos de incoerências e governos déspotas, lutava apenas para sobreviver. Mas, o imperador do ocidente preparou o dragão da morte e incitou-o a cuspir fogo no seu povo cansado e humilhado. O imperador convenceu o mundo que a sua terra precisava ser libertada do julgo do tirano.contudo, o imperador, também, era um tirano, e o seu povo não queria um tirano por outro tirano.
Ele era um ser peculiar, como peculiares são os povos do Oriente, onde o sol castiga a terra, onde as tempestades não são de água e, sim, de areia. Ele era um ser que andava descalço e a areia escaldante já não lhe queimava a sola dos pés. Acreditava em Deus e sua crença era no Deus do amor e da guerra. No final das contas, amava a sua terra, se exultava com a sua gente e sempre vivia na esperança de tempos melhores. Mas acreditava, também, no Deus da guerra! Ele não sabia e não entendia a razões da guerra que se anunciava. ele não comprrendia, mas a história da humanidade é feita de amores, paixões e guerras.
O imperador do ocidente, contudo, não relevou os sentimentos da sua gente, alegando que a guerra era necessária para extirpar da terra o tirano que ameaçava a humanidade. Mas aquele ser acreditava que atacar seu país e massacrar seu povo jamais resolveria a crueldade que paira em todos os cantos da terra. Ele sabia que, por trás da intenção do imperador, havia o desejo insano de subjugar a maior parte da humanidade a uma condição de dependência do poder imperial. O império do ocidente precisa de colônias subjugadas para saciar a fome dos especuladores espalhados pelo mundo.
Ele compreendeu que tudo estava consumado, o império já havia se instalado com as suas armas. A guerra começou. No céu, os zumbidos e as luzes surgiram inesperadamente. Ele, então, foi ao seu quarto, empunhou sua arma, abriu a porta da sala, despediu-se da sua família e embrenhou-se pelas ruelas da sua cidade. Aquele homem acabava de se transformar num soldado; era um ser como muitos e com muitos sonhos; era forte e orgulhoso; e foi à guerra... Ele não voltou para casa e perdeu seus sonhos numa batalha, uma maldita batalha, uma sangrenta e covarde batalha. Sua vida foi desfeita e misturou-se à terra árida e poeirenta de um campo de batalha qualquer do Oriente. Morreu... É... Foi apenas mais um que morreu. Apenas mais um!... Mais um dos milhares que morrem diariamente nas guerras sem nem mesmo compreender as razões que os levaram as batalhas.
Naquela terra onde ele morava ele vislumbrou uma jovem certo dia e ambos se enamoraram. Ele a amou e foi amado por ela; ambos se casaram e se entregaram de corpo e alma numa noite cálida. Doravante viveu a felicidade, sorriu e, como filho, pretendeu ter filhos e os concebeu com a mulher amada.
Ele era, como a maioria dos seres humanos, alguém que gostava de trabalhar e ser respeitado; ele queria apenas o mínimo necessário para viver com dignidade. Mas a guerra estava se anunciando, vinda do ocidente! Ele, certamente, não queria a maldita guerra, pois sabia que o seu povo, massacrado por séculos de incoerências e governos déspotas, lutava apenas para sobreviver. Mas, o imperador do ocidente preparou o dragão da morte e incitou-o a cuspir fogo no seu povo cansado e humilhado. O imperador convenceu o mundo que a sua terra precisava ser libertada do julgo do tirano.contudo, o imperador, também, era um tirano, e o seu povo não queria um tirano por outro tirano.
Ele era um ser peculiar, como peculiares são os povos do Oriente, onde o sol castiga a terra, onde as tempestades não são de água e, sim, de areia. Ele era um ser que andava descalço e a areia escaldante já não lhe queimava a sola dos pés. Acreditava em Deus e sua crença era no Deus do amor e da guerra. No final das contas, amava a sua terra, se exultava com a sua gente e sempre vivia na esperança de tempos melhores. Mas acreditava, também, no Deus da guerra! Ele não sabia e não entendia a razões da guerra que se anunciava. ele não comprrendia, mas a história da humanidade é feita de amores, paixões e guerras.
O imperador do ocidente, contudo, não relevou os sentimentos da sua gente, alegando que a guerra era necessária para extirpar da terra o tirano que ameaçava a humanidade. Mas aquele ser acreditava que atacar seu país e massacrar seu povo jamais resolveria a crueldade que paira em todos os cantos da terra. Ele sabia que, por trás da intenção do imperador, havia o desejo insano de subjugar a maior parte da humanidade a uma condição de dependência do poder imperial. O império do ocidente precisa de colônias subjugadas para saciar a fome dos especuladores espalhados pelo mundo.
Ele compreendeu que tudo estava consumado, o império já havia se instalado com as suas armas. A guerra começou. No céu, os zumbidos e as luzes surgiram inesperadamente. Ele, então, foi ao seu quarto, empunhou sua arma, abriu a porta da sala, despediu-se da sua família e embrenhou-se pelas ruelas da sua cidade. Aquele homem acabava de se transformar num soldado; era um ser como muitos e com muitos sonhos; era forte e orgulhoso; e foi à guerra... Ele não voltou para casa e perdeu seus sonhos numa batalha, uma maldita batalha, uma sangrenta e covarde batalha. Sua vida foi desfeita e misturou-se à terra árida e poeirenta de um campo de batalha qualquer do Oriente. Morreu... É... Foi apenas mais um que morreu. Apenas mais um!... Mais um dos milhares que morrem diariamente nas guerras sem nem mesmo compreender as razões que os levaram as batalhas.
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